terça-feira, 17 de agosto de 2010

DIVÓRCIO – MOTIVOS PARA A NÃO SEPARAÇÃO

As estatísticas mostram um razoável aumento nos casos de separação; até facilitados pela nova lei do divórcio; pelo conjunto de circunstâncias que regem a vida contemporânea; isso, era de se esperar. Mas, se a vida familiar e conjugal está cada dia mais complicada; por que muitos casais que vivem mal continuam juntos?
Pode parecer um paradoxo; mas, se os casais tem motivos, os mais variados, para se separar; devem ter também motivos para continuar juntos; e não é por amor com certeza; já que o verdadeiro e incondicional ainda é raro entre nós.
Se não é por amor; e a paixão é brasa que pouco dura acesa; pois, é esfriada, apagada pela convivência do dia a dia; embora às vezes possa ser reacendida, periodicamente. Por que alguns casais permanecem juntos, às vezes, até por toda a existência?

Façamos uma parada para reflexão. Se você tem namorado(a), noivo(a), marido ou esposa, quantas vezes sentiu vontade de abandoná-lo(a). Provavelmente, muitas vezes. E porque não o fez?
Analise os seus motivos; porém, seja honesto (a) consigo mesmo (a). Para auxiliar a reflexão vamos relacionar alguns motivos comuns de não separação.

A base de qualquer tentativa de mudança está ligada á insatisfação.
Se quero mudar é porque estou, no mínimo, insatisfeito.
Se estou insatisfeito porque não reciclar?

Motivos para continuar com a relação:
1) Insegurança ou temor de ficar só.
2) Preguiça de buscar novos relacionamentos.
3) Medo de ser recusado na busca de novas companhias.
4) Interesses imediatos para manter status social ou financeiro.
5) Comodismo e co-dependência.
6) Acho que é kharma a ser resgatado?
7) Conhecimento das diretrizes da vida e desejo de transformar paixão em amor verdadeiro.

Quando a situação parece insustentável e continuamos nela; o motivo mais comum costuma ser o comodismo; nós nos acomodamos tanto uns aos outros que transformamos nossas relações amorosas numa simbiose com características de quase parasitismo. Às vezes as relações conjugais descambam até para o vampirismo ou para a obsessão; e mesmo na relação obsessiva o equilíbrio ocorre pela compensação; pois os casais se obsidiam e se vampirizam de forma alternada. Esse fato, é facilmente observado no estudo do cotidiano de nossas vidas e dos que nos cercam: conhecidos, parentes, vizinhos, amigos. Ainda não são muitos os que tentam reciclar a relação; reciclando a própria visão de mundo e ajustando sua própria personalidade.

Coleciono opiniões as mais variadas.
Dia destes, observei uma conversa entre dois amigos – um deles casado há mais de trinta anos e o outro divorciado após dez anos.
O divorciado indagou ao outro o porque de continuar casado se a qualidade da relação ia de mal a pior. A explicação dele foi interessante - acredita em vidas seqüenciais – sente-se “devedor” da atual esposa e dos filhos – também acredita que já quitou o débito; mas, como no seu entendimento atual, uma existência de algumas dezenas de anos é muito curta e deve ser aproveitada em todos os sentidos – prefere “pagar” a mais do que ficar devendo – além disso, não sente que possa se apaixonar novamente; muito menos que alguém possa fazê-lo feliz, senão por breves momentos, como no caso do atual casamento. Aprendeu a transformar dificuldades e problemas no relacionamento em lições de aprendizado de tolerância, paciência, aceitação, companheirismo, empatia; e, várias outras qualidades. A argumentação do divorciado também foi muito interessante; até concorda que a existência seja curta; daí deve ser aproveitada na busca de ser feliz; acha que relacionamentos como os do amigo, deixam de ser éticos; atrapalham a evolução do casal e até podem manter algum tipo de kharma.

Assunto interessante; pois, dia menos dia, temos que enfrentar situações que envolvem escolhas e seus desdobramentos – em casos como este; vemos que todos tem suas lá suas razões; mais ou menos legítimas...

Confesso que não tenho uma opinião muito bem formada a respeito do assunto; mas, por enquanto fico com esta.
Não interessa que tipo de motivos nos separa; ou nos mantém juntos uns aos outros nas relações conjugais; o que importa mesmo, é transformar todos os outros motivos em aprender a amar quem a vida nos apresenta em cada momento; desenvolvendo o amor e o respeito por nós mesmos.
Novos focos são sempre bem vindos...

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