sábado, 17 de julho de 2010

A GERAÇÃO CRIADA NO REGIME DE CONFINAMENTO E ENGORDA

O que nossas crianças fizeram para nos merecer?

Embora não seja de grande valia para as crianças da atualidade; a própria OMS faz coro a algo que percebemos há vários anos: as crianças de hoje e os jovens detém a possibilidade de morrer bem antes que seus pais. Por que essa assertiva não será de grande valia para eles? – Simples, não há interesse em resolver problema algum; pois, os lucros, o poder e a fama tão buscada por esta geração de adultos gananciosos; estão acima de qualquer interesse pela vida dos outros e até da própria.

Pouco importa que muitas pessoas da maioria silenciosa se sintam ofendidas ao serem comparadas a gado; que se deixou confinar. Pela sua inércia, seus descendentes estão sendo criados em regime de confinamento e engorda, com requintes da crueldade: são estressados com fúria para que comam sem parar e engordem rápido para que sirvam de pasto para seus predadores. O próprio conceito religioso de rebanhos e pastores é desastroso.
A quem interessa esse maluco estado de coisas? Aos líderes da manada? Aos chefes de rebanho? – Mas, a quem eles estão submetidos? – Quem lucra o que com esse estado das coisas?
Algumas perguntas já têm respostas; outras ainda não; pois, é preciso desvendar o véu da realidade a respeito de que somos nós e o que fazemos aqui; para deixarmos de ser cobaia.

De forma resumida, vamos por partes:

Confinamento?
A ganância das gerações anteriores fez com que o espaço público fosse mal usado – as crianças de hoje não têm onde usar o corpo físico – os ambientes domésticos são cada vez mais minúsculos e cheios de porcarias tecnológicas. Sobra o espaço da escola para dividir com centenas de outras.

Estresse?
Já abordamos esse assunto em vários outros artigos; mas, apenas para ilustrar: a própria atividade física é estressante – a criança é colocada na natação, ginástica, balé...; tudo pago; e se a família está pagando a criança tem que ir quer sinta ou não vontade; caso ela dê o azar de se mostrar hábil na atividade; logo surgem os professores e depois treinadores para transformar lazer e brincadeira em competição e mais uma obrigação estressante.
Nosso foco hoje será: Hábitos que se tornam vícios – pequenos descuidos que se tornam grandes problemas.

Como a dieta é um dos principais recursos pedagógicos para nossa evolução; o foco como não poderia deixar de ser: hábitos alimentares.

Essa criança não come nada...

Os hábitos são transmitidos de geração a outra sem muito senso crítico; o que antes eram considerados bons hábitos; hoje são considerados como daninhos e até perigosos.
Esse menino é bom de boca: come bem e quer comer a toda hora! “Se ele quer; eu dou! - Afinal, quanto mais se come, mais saúde se tem”... “Se você comer tudo vai ganhar aquela sobremesa gostosa”... Pequenos e saborosos descuidos a criar um futuro obeso, diabético ou glutão pé na cova.
“Deixa ele experimentar; só um golezinho não faz mal”.
Pequenos descuidos a criar viciados em refrigerantes, estimulantes e alcoólatras.
“Ao menos enquanto assiste TV dá sossego”... Com essa idade; ele já domina o videogame como ninguém”. Pequenos descuidos a criar futuros insones, desmemoriados, míopes, sedentários, etc.

Os pais se encarregam de viciar os filhos desde o nascimento.

O primeiro vício é fisiológico: alimentação. - O egoísmo e o orgulho das pessoas as levam a tentarem que seus filhos sejam maiores e mais fortes do que os dos outros. Quem não ouviu a pérola da normalidade: - “Nossa que grande e esperto é o seu filho! - Quantos meses ele tem? – Cinco! – Nossa, parece que ele já tem um ano. O que você dá para ele comer? - Esse diálogo torna-se mais engraçado ainda quando a mãe do campeão é iniciante em vida natural. - “Só dou para ele o seio” – diz, toda orgulhosa - deixando a outra com inveja ou culpada. Ocupando esse espaço da nossa lentidão no pensar, a mídia se encarregou de propagar – o quanto mais; melhor. Isto é bom para aquilo, etc.

A criança como sempre, é desrespeitada e obrigada a se viciar na quantidade e no tipo de alimento que o adulto quer; - para sentir “prazer” ao comer.

Para as crianças da geração nova; isso é detestável: encher a pança até regurgitar, passar mal, ter dor de barriga, ficar intoxicado e queimar toxinas através da febre com seus mal estar – e depois ser obrigado a engolir remédios amargos, fedidos, agüentar injeções dolorosas aplicadas por pessoas que de tanto fazerem isso, acham normal e se tornam insensíveis á sua dor – pior é que querem que se submeta a isso sem espernear, chorar, xingar, revidar - isso é demais.

Alguns pais comem através da criança, projetam nela seus desejos e necessidades, outros não oferecem a ela alimentos adequados, apenas porque não gostam deles – depois todos dizem que as amam.

Um bom exemplo, dessa doidice, é o paladar doce que atrai a maioria – porque não poderia ser a sensação azeda, amarga, picante ou sem sabor? - Quem se atreve a explicar?
Que motivos levam o adulto a não preparar o leite da mamadeira ou o suco para a criança – para ela - mas, para si mesmo? - será para o seu próprio paladar já viciado – essa atitude é egoísmo ou amor?

Descontadas as tendências do ser vivente em progresso - na primeira infância - os vícios são adquiridos, mais pela influência direta do meio familiar do que pela força dos desatinos do passado que precisam ser corrigidos. Não vale a pena discutirmos aqui a influência dos adultos nos vícios que a criança pode copiar - já entendidos como tal: cigarro, bebidas e drogas.

Na criança maior uma força bastante poderosa é a pressão de grupo - a mídia - as coisas da moda – o poder.

Um exemplo: nessa faixa etária além da introdução do hábito da bebida e do cigarro, temos jovens que causam danos ao corpo pelo uso de substâncias que alteram o metabolismo e exercícios exagerados, e que vão pagar um preço muito alto no futuro (doenças). Para formar par com eles, temos as jovens modeladas com silicone e as “aspiradas”. Outro foco de desatinos é a teoria das coisas diet, light, baixos teores, encha a cara com moderação.

Esperamos não ter decepcionado os que esperavam roteiros e receitas mágicas na arte de educar e receberam mais material para novos questionamentos. Repetições de conceitos são inevitáveis e alguns até propositais; devido à sua importância em nossas vidas; pois, quando falamos de uma boa e saudável educação para as próximas gerações não podemos perder de vista nossa reeducação e da sociedade nem que seja repetindo, repetindo, como faz a mídia que mais deseduca e reforça aspectos negativos do que ajuda.
Desejamos que o amigo; incorpore na sua visão de mundo; que, nós não educamos de forma direta e definitiva, participamos. Podemos tornar a tarefa mais fácil e eficiente. Claro que nesse processo ocorrem desperdício de talentos, conhecimento e tempo, além de enganos, erros e acertos; isso é lógico e normal, porém é preciso cuidado, para não banalizar o conformismo disfarçado de normalidade. “Hoje em dia é assim mesmo”, pois a soma de pequenos descuidos sempre conduz a grandes problemas.

Que estes simples alertas tenham atingido seu objetivo sem provocar culpas nem remorsos. Quantos de nós podemos nos considerar pais e mães de qualidade, sem descuidos e problemas? Como nos sentimos? O saldo até o presente momento foi positivo? Mesmo que não tenha sido, isso não tem tanta importância assim; errar faz parte da arte de aprender. Para ficarmos em paz, basta que tentemos corrigir-nos a cada novo momento, oportunidade e conhecimento. Não é difícil transformar pequenos descuidos em grandes lições, e uma atitude inteligente para trilhar esse novo caminho em segurança e com alegria é não nos compararmos com os outros tendo os filhos como modelo e parâmetro; pois, cada um de nós é distinto, não há um idêntico ao outro; o mesmo vale para nossas famílias; portanto, não devemos nos sentir nem mais nem menos; somos apenas nós mesmos. Quem comete esse pequeno descuido costuma cair na armadilha de se achar bons ou maus pais apenas porque seus filhos são bem ou mal vistos; muitos se imaginam pouco competentes; porque seus filhos são considerados problemáticos pela sociedade; sendo que, estão fazendo um belo trabalho dentro das condições e das possibilidades que têm no momento – O que nos faz pensar assim? Não nos lembramos de analisar as tendências e os impulsos que cada um traz ao nascer como efeito da lei de retorno – Além do mais, ensinar quem deseja aprender qualquer um é capaz; já o bom mestre é aquele que consegue motivar o aluno displicente e recuperá-lo, nem que seja em detalhes que apenas mestre e aluno percebam – não educamos nossos filhos para os olhos do mundo, mas para que sejam felizes e realizados dentro da tarefa que, vieram desempenhar na existência.
Se após a leitura deste pequeno artigo algumas pessoas já se conscientizarem que, a arte de educar os filhos é um fato dinâmico e não passivo (pequeno engano), nos damos por realizados com este trabalho.

Qual nossa função? - Somos provedores da educação, fornecemos o material didático para que se eduquem; não, não se trata colocá-los na escola mais cara da cidade ou pagar para que façam todo o tipo de curso extracurricular - importa sim, a nossa postura e padrão de atitudes no dia a dia; nada a ver com o aspecto formal como “exemplos aparência” ou coisas de simples obrigação. O que fica retido no subconsciente da criança são os exemplos que damos de tentar melhorar e corrigir atitudes a cada dia; é dessa forma que lhes passamos a inspirar confiança. Quando se trata de lidar com crianças de hoje, é bom admitir que, há muito que melhorar; não adianta tentar esconder; pois de um jeito ou de outro eles sabem disso.

Idéias para esboço de solução no coletivo:
Planejamento familiar assistido.
Disciplinar de forma rígida o crescimento das grandes cidades.
Áreas não construídas seriam transformadas em espaço de lazer e atividades físicas.
Todas as novas escolas seriam estilo CEU integrados á comunidade.
Inibir através de regulamentação a propaganda de produtos capazes de afetar a saúde (comida, bebidas de qualquer tipo, drogas, medicamentos.
Investir fortemente na educação para reduzir os gastos com as doenças.

Assuntos; para muitos bate papo:
Mas, voltemos ao início – pois, boa parte não entendeu nada:

O que nossas crianças fizeram para nos merecer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário